05/04/2012

n lados

Há sempre dois lados, pelo menos. Quando escrevo, como há dias, um post sobre a ansiedade de status e o medo do ridículo no mainstream português esqueço uma possível visão alternativa: orgulho, contenção, estoicismo, abnegação, etc.. Quando escrevo um post sobre a frieza das interações sociais, um pouco na mesma linha, esqueço uma visão alternativa: amizades sólidas, compromisso, gravitas vs futilidade, etc. A vida real, das pessoas e das sociedades, é uma mistura complexa desses vários lados. Rica, por isso mesmo. Difícil de perceber, também por isso. Quando fazemos uma apreciação unilateral estamos a dar opinião, na melhor das hipóteses, ou a opinar ou, pior, a (estereo)tipar. Quando arregaçamos as mangas para, através da intersubjetividade e da convivência com o real-banal das pessoas, vermos a complexidade, as contradições, os movimentos - aí, sim, estamos a fazer antropologia. Portanto, alunos e alunas e assim: nunca, mas nunca, vejam os meus posts one-sided como a minha maneira de pensar antropologicamente :-)

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